O fascínio dos tropicalistas pelos vampiros
Sabemos que, intelectualmente, o tropicalismo lançado por Gil e Caetano tentava ser uma continuação ou radicalização da antropofagia de Oswald (leia-se Ôsvaldi) de Andrade. No sentido de apropriar da cultura estrangeira, degluti-la para criar algo com nossa identidade.
O vampiro é uma imagem mais ambiciosa: além de absorver a essência vital de sua vítima, o vampiro a transforma em um igual. Isto lembra a poesia exportação dos concretistas: em vez do regionalismo exótico, influenciaremos estrangeiros com nossas ideias.
Por isso é que tropicalistas radicais, como Torquato Neto, Ivan Cardoso e Jorge Mautner, são fascinados com a ideia de vampiro.