No pós-moderno atual não se acredita que haja uma linha evolutiva na arte. Assim, é surpreendente que exista um influente movimento de música erudita contemporânea chamado música espectral. Kaija Saariaho tem tido relativo sucesso compondo inspirada por esta linha.
Please, Mr Postman, lançada pelas Marvelettes, ensinou aos Beatles como fazer canções românticas, e a traduzir música negra para padrões brancos. Mas, se for honesto, qualquer beatlemaníaco tem que admitir que os Carpenters traduziram melhor a canção da Motown.
Chopin era um pianista virtuoso, desde muito cedo na vida. Nas composições, ele se mostrava uma criatura de dois mundos: suas peças têm a clareza e a racionalidde francesa, e uma profundidade escura, fria e até depressiva da Polônia.
O tuntuntum criado por Radamés Gnatalli no arranjo do samba Aquarela do Brasil virou uma assinatura da música. Slikk Tim, da França, aproveitou-o para criar a batida blues de Bahia, homenageando a genialidade do arranjador e de Ary Barroso.
Killing me softly tem uma história tão bonita quanto a música. Norman Gimbel, grande letrista, leu um livro argentino. Nesse livro estava escrito que uma música que pareça adivinhar nossos sentimentos em seus versos termina nos matando aos poucos.
Toda estória, biblica, moderna, filmada, cantada, ou apenas escrita, sobre a travessia de um deserto termina contando uma viagem espiritual. As areias escaldantes, o silêncio, a ausência de vida criam outro universo, parecido com o espaço etéreo da meditação.
Já chamaram de briga de gatos os sons do grande John Coltrane tocando free jazz. A estranheza é comum nas obras de vanguarda: cabe ao ouvinte ter bom humor e encontrar arte e criatividade onde parece haver apenas acaso.
A Nona de Beethoven, um patrimônio da humanidade, é uma ode à alegria. Alegria poderosa e titânica de povos ainda tiranizados que se fascinaram pelas persepectivas de liberdade, igualdade e fraternidade que a Revolução Francesa abriu para toda humanidade.
Mesmo sem conhecer nada de teoria musical às vezes é possível entender o porquê do nome de uma música instrumental. Looptown nomeia uma música cheia de contorsões, idas e vindas, loops. E também o centro de Chicago, nos EUA.
É estranho encontrar uma música alto astral, carinhosa, sendo cantada por quem costuma compor apenas canções densas e sofridas. Assim é Perfect Day, de Lou Reed: os críticos se debatem procurando alusões sutilmente pessimistas nas vírgulas do que é otimista.
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